8 de maio de 2016

Resenha: Super Desapegada

   Falar sobre desapego é muito difícil para mim, pois sofri tanto para desapegar de alguém que esse livro mexeu muito comigo, não só o livro em si como em tudo o que ele me fez pensar. E enquanto eu estava naquele processo de pensar em o que escrever aqui, uma frase me veio a mente e eu não sei se ela já existe ou se há versões dela por ai, mas é basicamente o que eu passei e a personagem também passou. E o título verdadeiro deste postagem vem a seguir.

Só o amor certo pode curar o amor errado.
  O que acontece com a Raquel que é super apaixonada pelo Alan, um cara que ela cresceu junto e com quinze anos descobriu que estava apaixonada por ele, só que isso é um segredo há quinze anos. Tem noção disso? Eu já não teria mais coração se estivesse numa situação dessa, por isso que eu sempre vou dizer, está sentido algo por alguém? Mesmo que seja só desconfiança, chega para o alguém e diga porque a dor ser rejeitado logo no início sem dúvida vai ser menor do que você se apegar ao sentimento e enrolar para contar a verdade e no fim acabar sendo rejeitado também. 

   É claro que existe casos diferentes, mas no caso da Raquel não ter contado foi muito pior porque quando ela decide que vai enfim falar a verdade, o Alan apresenta ela (ou seria talvez uma reapresentação) a Bianca, irmã mais nova de um amigo que também cresceu com os dois e a Bianca não é só amiga do Alan, ela é noiva do Alan e está prestes a subir no altar com ele. 
   
   Olha aí porque não podemos guardar nossos sentimentos! 
Como qualquer outra pessoa no mundo ficaria, a Raquel também ficou arrasada, mas ela é uma mulher inteligente que depois de ter sofrido porque perdeu supostamente o amor da sua vida para uma pirralha que ela também viu crescer, decide que é a hora de desapegar, afinal, Alan nunca demonstrou mais interesse do que ser seu ombro amigo e focar no trabalho. 

   Só que o trabalho de assessora de imprensa a leva a reencontrar com Eric, irmão de Bianca, que nunca tinha sido um garoto certinho e era muito implicante, mas que se tornou um loiro muito bonito e atraente. E descobre que Eric que já não ia muito com a cara do Alan quando criança, também não está nada feliz com esse casamento, então eles se juntam e começam a bolar um plano para tentar impedir o casamento. 

   O que acontece é uma série de pensamento e ações que pareciam boas para Raquel que só queria ter a chance de fazer o Alan se apaixonar por ela, mas tudo é tão errado, mas parece dá certo. Só que não pode ser tão fácil assim separar alguém e ficar feliz por isso. Raquel não estava feliz quando o seu plano deu certo, o casamento estava cancelado e pensando bem, ela estava confusa sobre querer que Alan ficasse infeliz da forma que ficou então, ela pela primeira vez pensou não em si, mas na felicidade do amigo e então descobriu o que seu sentimento por ele não era tão real e forte ou não teria feito nada do que fez e o deixaria em paz para ser feliz com alguém que ele escolheu e amava. Só que ao tentar  concertar tudo só o que vinha era o que tinha que vir, mais problemas. 

    Raquel agiu mais por impulso do que por amor que no fim era só apego, medo de se jogar no novo, de se aventurar, porque amar Alan, alguém que ela era muito próxima, que lhe trazia conforto era bom, era comodo. Mas ela nao imaginou que ficar próxima de Eric novamente por causa do trabalho e do plano a iria deixar tão confusa e balançada quando soube que ele era apaixonado por ela quando criança e que com o reencontro voltara a se apaixonar pela mulher incrível que ela era.

     Só que ela não era tão incrível assim, ela falhará e muito com alguém que ela julgava amar, que só queria o bem dela e tentou deixa-lo infeliz. Com medo de perder, fez loucuras, mas isso a ajudou a ver a verdade e descobrir que deixar as coisas irem embora é com certeza a melhor opção, porque só assim as coisas boas virão. 

   Ela contou tudo ao Alan, estava feliz por ele estar feliz e então tratou de resolver a vida com alguém que estava doido para fazê-la feliz, só o que precisava foi um pouquinho de coragem para se aventurar e ter novas experiências. 

   Eu posso dizer que apesar de eu ter dramatizado um pouco demais aqui no post, o livro é muito leve, uma leitura extremamente agradável, com personagem tão sólidos que eu consegui muitas vezes me enxergar na Raquel e em sua insegurança. E ela não foi chata um minuto sequer. Acho tão incrível quando o título do livro faz parte do livro em si, como esse no qual o blog para "desabafos"da personagem é o super desapegada que também é um fator importante para trama, fico tão animada com isso.
  Acho que todo menina que está nos seus primeiros amores deve ler e aprender muitas coisas com o livro, porque afinal, quando a gente ama alguém, deixa ele livre, apesar do amor ser um sentimento sufocante, temos que deixar ele sair e ir embora. O melhor sempre esta por vir. Ninguém deve ter medo do sentimento, nem de ir buscar algo que lhe faça feliz de verdade e não ficar aceitando migalhas achando que é  que merece. Todo mundo merece um amor como o da Raquel e do Eric, um amor como o do Alan e da Bianca e só ser feliz.  

   Tão importante quanto ir em buscar da felicidade é saber encontra-la em si mesmo, e quando Raquel encontrou amor em si própria conseguiu a felicidade. Por isso o livro é tão consistente, é uma coisa real, são coisas que podem acontecer e os leitores podem ter esse livro como exemplo. 

    Parabéns a Jaqueline que conseguiu escrever uma trama muito em bolada e escrita, suave e nada cansativa com tão fácil compreensão, inspirador para mim e um impulso para eu deixar de ser medrosa e vá em busca das coisas que me fazem feliz. Obrigada pela leitura agradável!